PARA ESTAR CONTIGO MAIS UMA VEZ (ou o delírio poético que me proporcionas com e pela dádiva do teu Amor)

11-08-2023

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Poema de Ângelo Rodrigues do livro «MUSA LIXADA e PREGUIÇOSA», maio de 2019


Desta vez é apenas um desabafo…

Uma "coisa" piegas…

Talvez seja a expressão mais ou menos inata

das emoções e sentimentos comuns…

Ainda não sei do interesse de tudo isto.

Qualquer coisa como

um rio de água dourada

que nasceu numa Manhã e corre para esta Noite.

Talvez uma voz, um conselho, uma inquietação partilhada

de um deus menor e nostálgico

que se esquece de ser deus,

comportando-se e agindo como Homem

que não quer ter compromissos divinos

nem a responsabilidade de nenhum deus.

Já se disse em tantos poemas bons e maus

que os mesmos podem libertar

todas as dores, todos os males,

todas as angústias, medos e tristezas…

Podem ser como corrimões, escadas,

"cerejas em cima de bolos"

bem como a própria travessa dos bolos,

bem como a própria mesa

que suporta a travessa, os bolos e a cereja

ao mesmo tempo – desafiando as leis da Física Clássica

e assustando também as "leis" da Física Quântica.

E mais além, como que na teoria de um tal Bronfenbrenner

(nome lixado),

o micro e o macro e todos os contextos reais e imaginários.

Somos filhos do pai Tempo que nos parece sofrer de amnésia;

talvez se lembre de nós de vez em quando!

Foi dito hoje tanta coisa…

Todos os dias se diz tanta coisa…

E este dia já vai longo!

Estamos quase na hora do jantar

e até parece que a fome nos lembra

o que já interiorizamos como a grande verdade:

«Só o Amor vale a pena».

Sartre fez-nos pensar em Existencialismo

e eu sei e reitero mais uma vez porque é importante:

o meu cão Tobias é existencialista.

O meu cão Tobias não conhece o Existencialismo

nem privou com os existencialistas

mas olha para mim e, por momentos,

é, sem sombra de dúvida,
o maior existencialista que eu conheço.

Se fores existencialista-puro,

tens mesmo que conhecer o meu cão Tobias!

Se Sartre fosse fisicamente ainda vivo,

enviaria para ele uma bela foto

com o fantástico olhar existencialista do meu cão Tobias.

É certo e sabido que se procura a paz e a serenidade.

É certo e sabido que é difícil… é uma luta permanente…

É um desafio grandioso que envolve todas as dimensões

da Pessoa. (E tu? És Pessoa?! – Se não fores, passa à frente).

Como dizia o meu avô: «de certezas está o Inferno cheio»,

e, por isso, o meu avô seria uma espécie de "existencialista prático";

talvez fosse um "conformista sereno" que vivia bem com o que tinha

e que jamais ousou (com inteligência e irreverência)

passar dos limites (a não ser com o vinho e com as mulheres).

Talvez tenha sido um homem inteligente (ou não).

Dos limites, há muito para dizer, mas é difícil, é esquisito…

Talvez seja absurdo e até estranho ousar Dizer dos limites.

O Amor terá limites? (Não respondas à pergunta…
pensa só nela e deita-te sonhando se possível!).

Será o nosso desejo o limite máximo do Amor?!
(A mesma coisa…)

Sócrates e Platão perguntaram pelo Amor

e, tal como eles, todos o fazem

e, em cada aparente resposta (sempre fraquinha)

o estranhamos ainda mais.

É tudo tão estranho e escuro!

E é por isso que especulamos (em Poesia).
E de estranheza em estranheza,

de enigma em enigma,

de obscuridade em obscuridade,

vamos conquistando Algo que será sempre

estranho, enigmático e obscuro.

Há poetas e artistas que se dizem obscuros

mas que acabam por ser tão claros

como a água mais pura e cristalina.

Sabemos todos que é no Escuro

que melhor se vê.

Mostra a tua Luz na Noite mais escura

e verás melhor do que ninguém!

(Não é um conselho… apenas um desafio).