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Poema de Ângelo Rodrigues do livro «MUSA LIXADA e PREGUIÇOSA», maio de 2019

Desta vez é apenas um desabafo…
Uma "coisa" piegas…
Talvez seja a expressão mais ou menos inata
das emoções e sentimentos comuns…
Ainda não sei do interesse de tudo isto.
Qualquer coisa como
um rio de água dourada
que nasceu numa Manhã e corre para esta Noite.
Talvez uma voz, um conselho, uma inquietação partilhada
de um deus menor e nostálgico
que se esquece de ser deus,
comportando-se e agindo como Homem
que não quer ter compromissos divinos
nem a responsabilidade de nenhum deus.
Já se disse em tantos poemas bons e maus
que os mesmos podem libertar
todas as dores, todos os males,
todas as angústias, medos e tristezas…
Podem ser como corrimões, escadas,
"cerejas em cima de bolos"
bem como a própria travessa dos bolos,
bem como a própria mesa
que suporta a travessa, os bolos e a cereja
ao mesmo tempo – desafiando as leis da Física Clássica
e assustando também as "leis" da Física Quântica.
E mais além, como que na teoria de um tal Bronfenbrenner
(nome lixado),
o micro e o macro e todos os contextos reais e imaginários.
Somos filhos do pai Tempo que nos parece sofrer de amnésia;
talvez se lembre de nós de vez em quando!
Foi dito hoje tanta coisa…
Todos os dias se diz tanta coisa…
E este dia já vai longo!
Estamos quase na hora do jantar
e até parece que a fome nos lembra
o que já interiorizamos como a grande verdade:
«Só o Amor vale a pena».
Sartre fez-nos pensar em Existencialismo
e eu sei e reitero mais uma vez porque é importante:
o meu cão Tobias é existencialista.
O meu cão Tobias não conhece o Existencialismo
nem privou com os existencialistas
mas olha para mim e, por momentos,
é, sem sombra de dúvida,
o maior existencialista que eu conheço.
Se fores existencialista-puro,
tens mesmo que conhecer o meu cão Tobias!
Se Sartre fosse fisicamente ainda vivo,
enviaria para ele uma bela foto
com o fantástico olhar existencialista do meu cão Tobias.
É certo e sabido que se procura a paz e a serenidade.
É certo e sabido que é difícil… é uma luta permanente…
É um desafio grandioso que envolve todas as dimensões
da Pessoa. (E tu? És Pessoa?! – Se não fores, passa à frente).
Como dizia o meu avô: «de certezas está o Inferno cheio»,
e, por isso, o meu avô seria uma espécie de "existencialista prático";
talvez fosse um "conformista sereno" que vivia bem com o que tinha
e que jamais ousou (com inteligência e irreverência)
passar dos limites (a não ser com o vinho e com as mulheres).
Talvez tenha sido um homem inteligente (ou não).
Dos limites, há muito para dizer, mas é difícil, é esquisito…
Talvez seja absurdo e até estranho ousar Dizer dos limites.
O Amor terá limites? (Não respondas à pergunta…
pensa só nela e deita-te sonhando se possível!).
Será o nosso desejo o limite máximo do Amor?!
(A mesma coisa…)
Sócrates e Platão perguntaram pelo Amor
e, tal como eles, todos o fazem
e, em cada aparente resposta (sempre fraquinha)
o estranhamos ainda mais.
É tudo tão estranho e escuro!
E é
por isso que especulamos (em Poesia).
E de estranheza em estranheza,
de enigma em enigma,
de obscuridade em obscuridade,
vamos conquistando Algo que será sempre
estranho, enigmático e obscuro.
Há poetas e artistas que se dizem obscuros
mas que acabam por ser tão claros
como a água mais pura e cristalina.
Sabemos todos que é no Escuro
que melhor se vê.
Mostra a tua Luz na Noite mais escura
e verás melhor do que ninguém!
(Não é um conselho… apenas um desafio).