Prefácio ("Avulsas Impressões") de Ângelo Rodrigues ao livro «LUA AZUL» de Acácio Carvalhal Costa, Edições Colibri, 2020

28-08-2023

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Uma publicação das Edições Colibri - 2022



«O poeta não é apenas um ser intelectual ou emocional;
ele sente os seus pensamentos e pensa as suas emoções
»

Elizabeth Drew

1. Acaba sempre (e ainda bem que assim é…) por ser um acontecimento cada novo livro do Acácio. Há já alguns anos que o conheço e, quanto mais vou conhecendo a sua obra, mais admirador me confesso do poeta.

2. Tive o prazer, o privilégio e a honra de ter estado envolvido (particularmente no âmbito da direção/coordenação literária) no "fazer-literário" (poético e até fotográfico) do Acácio e suponho (bem como desejo) que estas "avulsas impressões" possam - mais do que qualquer outra coisa - convidar e motivar outros - talvez mais distraídos - a conhecerem a idiossincrática poética "Acaciana", tão diferenciada, autêntica, sincera porque vivida/experienciada e também corajosa.

3. Revejo-me imenso - e estou em crer não ser o único - nestes versos do nosso poeta: «O sonho é a minha vontade / De, em liberdade, / Não ter que ser como tu!». Aproveito estes versos - ainda e também - para sublinhar algo que muito considero na Literatura em geral e particularmente no "mais do que género" que considero ser a Poesia: costumo dizer, e tomo a liberdade de aqui o reiterar, que talvez o mais difícil, em qualquer tipo de arte, é ser-se único, diferenciado e não-alinhado (algo como não fazer parte de nenhum rebanho). Assim, suponho que a melhor apologia que se pode fazer a um escritor, a um poeta, neste caso concreto ao Acácio, é dizer-se que estamos perante um poeta único, diferenciado, corajoso, ousado. Basta lê-lo (se possível fruí-lo) por exemplo numa qualquer antologia ou coletânea - no meio de vários e diferentes - e imediatamente percebemos que o Acácio se destaca não apenas e só pela qualidade poética do seu trabalho no âmbito da forma e do conteúdo/temáticas, mas também pela ousadia e determinação que revela ao refletir poeticamente sobre "realidades" aparentemente banais e que ele consegue eternizar, sacralizar, valorizar como ninguém e como que nos "obriga" a reparar e não apenas e só a ver. Reparar, mais do que ver, é peculiar aos seres de grande sensibilidade e isso Acácio tem para dar e vender… O seu humanismo, bem como a sua mundividência e idiossincrasias poética(s) - podemos dizer com toda a segurança porque conhecemos um pouco o Homem e não apenas o Poeta - são, não apenas, mas creio que também - uma proposta ética e moral, uma partilha de valores e de ideais de vida que infelizmente vão já sendo como que raros. Alguém disse - e nós concordamos e subscrevemos - que os verdadeiros e autênticos poetas conseguem fazer-nos reparar (e não apenas ver) a Beleza e o Encanto deste mundo e dos outros - que só alguns conseguem atingir -. Um pouco "à maneira de Platão", direi que o Acácio pratica uma espécie de "dialética descendente" pois consegue encontrar (e cantar) a Beleza, os Valores e o Encanto deste nosso mundo e dos outros e tem uma espécie de compromisso ético/moral de partilhar com todos aqueles que ainda não chegaram lá (se é que algum dia chegarão…). Para elucidar os eventuais leitores deste singelo texto, destaco - entre outros repletos de enorme sensibilidade poética que também poderiam demonstrar o mesmo propósito - estes intensos e reveladores versos do nosso poeta: «Há muitos dias, assim! / Só vejo a sombra / que se projeta de mim. / Mas, muitos há, / em que se abre o sol / para a tua sombra / se exaurir em mim!».

4. Queremos também - nestas avulsas e singelas impressões - dizer algo sobre as fotografias (assumidamente a uma cor) que em nosso entender são como que poemas icónicos e que muito bem "casam" com os poemas escritos. Acácio é um Homem multifacetado, intenso, inquieto, irrequieto e obviamente não poderia deixar de fora uma outra paixão (que o completa e complementa) que é obviamente a Fotografia. Mais palavras para quê(?!). Convido-vos a demorar o vosso olhar (e a canalizar toda a vossa energia, motivação e sensibilidade) em cada uma das fotos e elevarão com toda a certeza a vossa Alma e o vosso Coração. Estou em crer que esta também "mística experiência" poderá proporcionar (e até orientar o caminho) no sentido de se chegar a mundos alternativos, tão necessários e cada vez mais urgentes.

5. Tens mesmo que continuar pois sem poetas e sem Poesia pouco ou nada valerá a pena. Aceita um abraço deste teu amigo e "escriba" que pouco ou nada acrescentou à tua obra, mas que fica imensamente satisfeito por a ter podido fruir em primeira mão. Terá valido a pena ter escrito este despretensioso texto se o mesmo conseguir trazer mais leitores para a tua obra em geral que é urgente descobrir, promover e destacar.

6. Obrigado Acácio por seres quem és: grande humanista, culto, sensível, bucólico, panteísta, e obviamente poeta!

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