DAS ARTES-PLÁSTICAS - Reflexão Porque Sim 

10-08-2023

  • São várias e de difícil partilha, as sensações de prazer estético que muitas obras contemporâneas nos proporcionam. Sabemos agora, que as palavras são banais, curtas, pobres e inapropriadas para descrever a magia, o poder e a força de alguma da Arte que os nossos olhos têm a felicidade de contemplar. Pela manhã, e antes de escre-Ver esta singela e dispensável reflexão, olhei - demoradamente - com os olhos da Alma, alguns quadros lá de casa; a sensação que tive, foi a de entrar num uni-verso poético e onírico de Beleza, Amor, Luz e Paz (Oikeíosis). Com Arte, a vida é possível e desejável!

  • Escrever sobre Arte para quê!? A primeira resposta é simplesmente porque-sim. É decerto uma pergunta com uma resposta ao mesmo tempo tão óbvia quanto extremamente complexa. Há três certezas em toda a verdadeira Arte que gostaríamos de partilhar convosco: a contradição, o inconformismo e a insatisfação. É da luta dos opostos que sai o novo e o diferente como nos ensina todos os dias a vida. É urgente vi-ver des-alma-damente; é preciso imaginação, talento, experiências, fruições, êxtases, loucuras... é preciso saber-olhar e ver este mundo e os outros com paixão e diferença-quotidiana para re-inventar a beleza-dos-dias e assim ser possível suportar e tranquilizar as nossas vidas tão carentes e tão descuidadas de essencial - é também isto que nos leva à paixão e à fruição de toda a Arte que nos toca. Os deuses, as mulheres, os homens e os outros, envolvidos nas obras de Arte, são artistas porque se inquietam e porque perguntam, que estão em demanda do seu próprio graal, que desejam mudanças que nos permitem desbravar e aventurar em novos mundos. Parafraseando Pessoa(s), a vida não basta, necessitamos da Arte como de pão para a boca! Comamos também as obras de Arte e alimentemo-nos saudavelmente da sua beleza intrínseca! A nossa alma agradece.

  • Pelo crepúsculo, calmos, serenos e em paz com o Uni-verso, contemplamos uma vez mais os trabalhos "luminantes" da pequena galeria lá de casa; é nesse ser-e-estar que sentimos estes pedaços de outra-coisa a que chamam obras de arte, como janelas mágicas que se abrem para um prometido mundo de encantamentos. Falamos também de uma arte-maior, plena de poeticidade, qualquer coisa de enigmático e de sublime que fica algures entre o imanente e o transcendente. Fazemos e reiteramos aqui - com toda a propriedade e aquém do justo e do merecido - a apologia da Arte Contemporânea, "fragmentos de emoção" que nos libertam, qual kathársis (purificadora) que nos permite uma aproximação à indefectível doçura dos deuses. Sentimos a presença de todas as verdades deste mundo e dos outros, uma energia nunca sentida, qualquer coisa diferente, ousada, corajosa, indelével, profunda, marcante, que embriaga... Beleza, luz, sonho, movimento, forma, aventura-da-cor, gesto-de-ternura, paixão, alquimia, eternidade, doçura, asas... tantas palavras aparentemente interessantes para ajudarem à fruição e ao sentido da Arte inovadora e absolutamente necessária; contudo, revelam-se pobres, inexactas, patéticas, ridículas… perante a essência do artístico. Respeito, como nunca, a demanda, a inquietação e a insatisfação permanente de todos os artistas que admiro.

  • Respirando o fascínio e o enigma da noite, aflora-nos à mente o que Nietzsche nos ensinou: que o aborrecimento e o conformismo do mundo serão superados pela vivência e pela fruição da Arte. Obrigado a todos os artistas que nos têm perturbado

    Ângelo Rodrigues

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